Filha do Sangue - Anne Bishop título original: Black Jewels 01: Daughter of the Blood autor: Anne Bishop
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» sinopse Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida.E quem controlar a Rainha controlará o mundo. Três homens poderosos inimígos de sangue sabem isso. Saetan, Lucivar e Daemon apercebem-se do poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. E assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, onde as armas são o ódio e o amor. E o preço pode ser terrível e inimaginável. Prólogo Sou Tersa, a Tecedeira, Tersa, a Mentirosa, Tersa, a Louca. Sempre que os Senhores e as Senhoras de Jóias dos Sangue dão um banquete, sou a diversão que se segue após os músicos terem tocado, os ágeis rapazes e raparigas terem dançado e os Senhores já tiverem bebido demasiado vinho e exigirem que lhes seja lida a sina — Conta-nos uma história, Tecedeira — gritam, ao mesmo tempo que as suas mãos tocam as coxas das raparigas que os servem e as Senhoras observam os Jovens, decidindo quais os que terão o doloroso prazer de as servir na cama, nessa mesma noite. Em tempos, fui parte deles, Sangue, tal como eles são Sangue. Não, não é verdade. Eu não era Sangue como eles são Sangue. Daí ter sido quebrada pela lança de um Senhor da Guerra, tornando-me vidro estilhaçado que reflecte apenas o que poderia ter sido. É extremamente difícil quebrar um macho de Jóias dos Sangue, mas a vida de uma Feiticeira está suspensa pelo fio do Himeneu e o que suceder na Noite da Virgem é crucial para determinar se ficará intacta para exercer a Arte ou se se irá tornar um receptáculo partido, restando-lhe o sofrimento eterno pela parte de si própria que se esvaeceu. Ah, alguma magia permanece, o suficiente para a vida do dia-a-dia e truques de salão, mas não a Arte, o sangue da vida para a nossa espécie. No entanto, a Arte pode ser recuperada - se se estiver disposto a pagar o preço. Na minha juventude, lutei contra esse último declive que leva ao Reino Distorcido. É preferível ser quebrada e manter a sanidade mental do que ser quebrada e ficar louca. É preferível olhar para o mundo e reconhecer uma árvore como uma árvore, uma flor como uma flor, a olhar através de uma névoa para formas acinzentadas e fantasmagóricas, vislumbrando claramente apenas os fragmentos de si própria. Assim pensava, na altura. Arrastando-me para o pequeno banco, luto para me manter nos limites do Reino Distorcido e para ver, uma última vez, o mundo físico. Cuidadosamente, coloco a estrutura de madeira que segura a minha teia entrelaçada, a teia de sonhos e de visões, na pequena mesa junto ao banquinho. Os Senhores e as Senhoras esperam que eu lhes leia a sina e eu sempre o fiz, não por magia mas mantendo os olhos abertos e os ouvidos atentos, transmitindo-lhes o que gostariam de ouvir. Simples. Sem magia. Mas hoje é diferente. Há já alguns dias que tenho vindo a ouvir um tipo estranho de trovão, um chamamento distante. Ontem à noite, rendi-me à loucura para poder recuperar a minha Arte como Viúva Negra, uma feiticeira das Assembleias da Ampulheta. Ontem à noite, teci uma teia entrelaçada para ver os sonhos e as visões. Hoje, as sinas não serão reveladas. As minhas forças permitem-me que o diga uma única vez. Antes de falar tenho de me certificar de que aqueles que têm de ouvir o que vou revelar se encontram na sala. | ||||||||||
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